quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Para birra e choro, paciência, compreensão e um abração!


Quando um filho faz birra e chora, e o pai tenta na boa convencê-lo e não consegue, dá uma sensação de frustração grande. “Por que meu filho não entende?” – pensa o pai ou a mãe. Ele já explicou, o filho já pode entender o que se passa. Por que a birra continua? “Que droga, essa criança precisa de um corretivo! Se não tiver disciplina vai ficar impossível!” Mas imagine na cabeça do filho:
“Meu pai explicou, e não consigo entender. Meu pai explicou de novo, e de novo eu não consigo admitir as razões dele. Sou pequeno e quero (ou não quero) muito essa coisa. Meu pai é grande e ele tem o poder de decisão. Eu já estou chorando e ele está começando a ficar nervoso e impaciente. Justo ele que deveria me proteger.
Se ele está nervoso e agressivo, quem vai cuidar de mim? Estou ficando mais e mais desesperado, irritado, quero saber se meu pai gosta de mim e se vai cuidar de mim. Eu quero (ou não quero) muito aquilo (o que era mesmo? Já nem sei. Agora o que eu quero saber é se alguém vai cuidar de mim!). Mas ninguém cuida! Aqueles que deveriam me proteger e me explicar agora brigam comigo, me pegam com força, parece que querem me dar uma palmada. A quem vou recorrer? Ninguém! Estou com medo! Estou nervoso! E agora é que eu não vou fazer nada nem concordar com nada que ele me pedir! E ele é tão injusto! Está me mandando pro castigo e eu não fiz nada!”
Acho que é isso que se passa na cabeça de nossos filhos quando a birra se acirra. Eu aprendi com a Sofia que essa suposição sobre o que se passa na cabeça dela funciona. Em primeiro lugar, tento entender porque minha filha não está conseguindo lidar com a frustração. É bem mais difícil lidar com a frustração quando estamos cansados, com fome ou com sede. Eu tento eliminar essas causas, oferecendo água, comida e aconchego. Aconchego também serve se ela já estiver sem entender porque eu insisto tanto em não satisfazê-la. Eu a pego no colo, abraço, e digo:
_ Filhinha, está tudo bem, eu sei que é duro, mas desta vez não vai dar.
_ Mas eu quero! (ou “não quero”) – ela diz. 
_ Eu sei... mas desta vez não vai dar. Desculpe. Você desculpa o papai? - pergunto fazendo carinho e abraçando mais forte.
_ Aham...chuiff... é que eu (não) queria...
_ Eu sei, desculpa, tá?
_ Aham... 
E acabou a briga. Estamos em paz.

Eu então suponho que a história acima termina assim na cabeça dela:
“Eu queria (ou não queria) muito... o que era mesmo? ... hum... estar no colo do meu pai é tão gostoso! Ele é meu amigo, me entende, me protege e cuida de mim!”
Na próxima vez que seu filho fizer birra, tente abraçá-lo longamente e confortá-lo! Depois me conte o que aconteceu.  

2 comentários:

  1. puxa, puxa, parece tão simples (e é), mas por que nos acostumamos a perder logo a paciencia. precisamos tb entender-nos a nós mesmos... essa historia é linda, vou procurar sempre lembrar dela! obrigada!!!

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  2. Jö, eu já perdi a paciência muitas vezes, mas quase sempre me dou mal com isso pois quando penso bem, vejo que responsabilidade pela situação era minha. Por isso o nome deste blog é "o que aprendo com Sofia". Foi ela quem me ensinou (com a ajuda de minha auto-crítica) e ensina todo dia.

    Acho que uma diretriz interna ajuda: primeiro, proteger. Segundo, acolher. Terceiro: entender. Quarto: corrigir (a situação, eu mesmo, ou minha filha).

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