terça-feira, 28 de agosto de 2012

Bater em crianças e bater em mulheres: tem diferença?

O que nos revolta na violência doméstica contra as mulheres é que normalmente alguém que deveria amá-las usa sua maior força física e tendência à violência para agredir, subjugar, punir, ou somente descarregar sua agressividade, causando injúrias físicas e principalmente psicológicas. Uma pessoa que se arvora em juiz e carrasco da outra, que se acha tão superior que pode impunemente usar de meio violento que nem mesmo o Estado, a não ser em situações de confronto extremo, pode usar. 


Qual a diferença do pai ou da mãe que pune meninos e meninas com violência?
Vamos tomar, para ilustração, o caso das meninas: não são as meninas mulheres que não cresceram ainda? Como podem ser mais protegidas pela sociedade quando crescem e são mais fortes e independentes do que quando são pequenas, frágeis, totalmente dependentes? Bater numa menina é bater numa mulher imatura e pode ainda moldar sua personalidade, fazendo-a buscar ou tolerar parceiros violentos no futuro, pois aprendeu em casa, com o pai ou a mãe (avós, tias, etc.), que quem a ama pode ser violento contra ela. 


Bater num menino pode torná-lo violento, ensiná-lo que a violência é um meio legítimo para resolver conflitos e para ensinar os outros (ele não aprendeu assim e sobreviveu?). Dessa forma, quem bate em um menino que depois cresce e se torna violento vai estar na mão pesada do homem que ele se tornar, vai morar para sempre na sua agressividade, e pode até mesmo desaguar na violência doméstica. Uma cadeia trágica de violência liga quem bate numa criança à mulher que apanha de seu companheiro, marido ou namorado. 

Se a sociedade não tolera mais a violência contra a mulher, não pode tolerar a violência contra a criança.

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