terça-feira, 2 de abril de 2013

A disciplina deve valer sempre, mesmo em dia de festa

Por que, num belo dia (de festa), um pai ou uma mãe consciente abre mão de sua consciência?

Uma coisa que aprendi com minha filha (e os filhos dos outros) é que as orientações devem valer sempre. Tem gente que suspende suas orientações num dia de festa: “ah, hoje é festa, hoje pode comer doce! Vai filho, come um docinho!”. O que isso ensina? 

Primeiro, que as suas orientações podem ser suspensas conforme o seu capricho. Segundo, que aquilo que é proibido nos outros dias é uma coisa boa, um prêmio que pode ser aproveitado no dia de festa, no fim de semana, no passeio com o papai/mamãe divorciado que vem visitar naquele dia. Veja como é confuso: doce estraga os dentes e é um veneno no dia-a-dia, mas no dia de festa você vem e diz “filho, pode tomar esse veneno, pois é festa!” Complicado, né?

É claro que a criança deve ficar confusa, mas é induzida a não achar mais que o doce faz mal (doce = festa, alegria, amigos, cores, diversão). Mas doce não é nada disso: na maioria das vezes é um punhado de açúcar com corantes sem nenhum conteúdo nutritivo. É isso que os pais conscientes têm por trás quando limitam os doces no dia-a-dia. Então por que, num belo dia (de festa), este pai ou esta mãe consciente abre mão de sua consciência? Parece ser porque eles próprios tiveram essa experiência, e sentem que devem repassá-la aos filhos. 

Se eu fosse repassar todas as porcarias que me deram em festas e nas lanchonetes de escola para a minha filha, seria criticado até por ela: Tang, Ki-suco, chicletes (eu comia uns 4 ou 5 de uma vez), groselha, confete, bala soft, etc. 

A criança pode até entender que não deve comer doce demais a cada dia, mas é bem mais difícil entender que, num dia específico, está liberado. 

Mas este não é um post sobre doces. É um post sobre disciplina. Na festa, está tão liberado quanto todo dia. Para mim e minha filha, ou a coisa é ruim para ela todo dia, ou nunca. Em geral, nada está totalmente liberado e nunca é totalmente proibido (é conversado, explicado, e tem sido escolhido, por ela, o não consumo, especialmente de refrigerantes, balas e chicletes), e tudo depende da quantidade. Ela entende bem que não se deve abusar de uma coisa. Já pode sentir na pele isso, num dia que abusou e ficou com dor de barriga. Então, geralmente, ela não só me escuta quando digo que está além dos limites, como também, muitas vezes, pergunta antes: “posso comer isso?” 

Em festa, o que está liberado é a alegria e a brincadeira saudável.

Um comentário:

  1. Vim aqui dar uma olhadinha...ótimo texto! Saudade da doce Sofia, um exemplo de menina. Beijos meus ( Cibele ) e da Rafaela aqui de Floripa. Férias muito proveitosas de verão com vocês!* Pouquinhos dias, mas valeu e muito!:)

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