segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Pode-se (deve-se) atender a todos os desejos dos filhos? É preciso dizer não?

Não se deve dizer não por dizer não. Ser pai (ou mãe) não é disputar poder com os filhos. Pode-se (deve-se) atender a todos os desejos razoáveis que possam ser atendidos. Se a criança só pedir isso, OK, terá tudo. 

Mas pode-se ir além do razoável? Talvez. Pode haver motivos que justifiquem isso. Mas tem um motivo que acho que não deveria guiar sua decisão de ir além do razoável: a culpa.

Muitos pais têm sido ausentes, pois o mundo de hoje tem demandado muito no trabalho, o trânsito está horrível e leva horas para se ir para casa, e os pais buscam mais sua satisfação pessoal e se anulam menos. Alguns ficam impacientes com os filhos e os castigam. Mas então vem a culpa. E alguns pais sentem que precisam compensá-la. 

Deixam tudo, nunca colocam limites, compram presentes caros e fazem vontades difíceis de serem atendidas. Muitas vezes essa compensação é reforçada pela vontade de se afirmar socialmente, ou pela preocupação de que o filho será rejeitado pelos amiguinhos se não tiver um coisa que está na moda. Então vêm os presentes caros e a tolerância extrema ao comportamento agressivo dos filhos. 

Não acho que se deva ir além do razoável por culpa da ausência (ou da violência). Crianças percebem a diferença e os pais que mostram essa culpa criam nos filhos um sentimento de que há uma dívida para com eles. São credores. E cobram.

Por sorte, não tenho sentimento de culpa em relação à minha filha, mas quando bate um pouquinho, procuro ficar perto dela e dar mais carinho. Minha vida permite e sei que é uma situação particular. Para milhões de pais a coisa é diferente. Mas sempre é melhor preferir o carinho, uma atenção, um cuidado, que um presente. 



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