terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ela não quer me manipular nem me dominar


Muitas vezes os adultos supõem que os filhos estão testando-os, tentando ver quem manda mais, tentando dominá-los. Bem, as crianças precisam sentir-se no controle. Se você fosse um ser pequenino num mar de adultos que se movimentam rapidamente e mudam de humor por razões que você não entende também ia querer sentir que tem algum poder sobre seu mundo. Imagine que você está com fome e não sabe quando vai comer, que está se divertindo mas não sabe quando a brincadeira vai ter que acabar, que aquele adulto que deveria amá-lo e cuidar de você está irritado por uma razão que você não entende ou não chegaria a concordar sobre a sua importância mesmo que entendesse. Você ia querer controlar alguma coisa, certo? Bem, talvez não. Talvez você só quisesse entrar num buraco escuro e acolhedor, para parar de ser tocado de um lado para o outro segundo as conveniências de quem botou você no mundo sem você pedir.

Minha filha não quer me controlar. Ela quer controlar sua própria vida e, na medida em que isso não fizer mal a ela, ela tem esse direito!

Claro que o direito dela termina onde começa o meu (e o meu onde começa o dela), e conflitos devem ser negociados. Eu não sou perfeito e, como todo pai, estou o tempo todo desrespeitando os direitos de controle de minha filha... mas ela me avisa sempre! Chora, reclama, avisa que não gostou. Ainda bem! Se ela não fizesse isso eu não saberia quando estou errando. Como eu tento respeitá-la, ela também me respeita quando eu reclamo. Muitas vezes, depois de um conflito em que rola um desrespeito mútuo, terminamos pedindo desculpas um ao outro. Algumas vezes ela pede desculpas primeiro, na sabedoria de seus cinco anos. Esses momentos nos aproximam, e muitas vezes ficamos curtindo isso juntos vendo TV, lendo ou brincando.

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