Quebrar o ciclo da homofobia

Se você foi criado em uma cultura homofóbica (como a maioria das pessoas) pode até achar um absurdo o preconceito contra os homossexuais, mas provavelmente terá um pouco dele dentro de você. Mas você não precisa deixar que seu filho se contamine com isso. 

 

Homossexuais estão na mídia, nas novelas, nas vizinhanças. Minha filha pergunta: “por que aquele homem gosta de usar roupa de mulher?” “por que aqueles dois estão namorando?” E eu respondo: “tem homem que gosta de namorar com mulher, e homem que gosta de namorar com homem”.

Falo disso com naturalidade. Para existir uma sociedade sem homofobia, não deve existir idade mínima para entender a diversidade de orientações sexuais. Espero que, com isso, ela vá se vacinando contra o preconceito, e que quando a sociedade for tentando incutir isso nela ela saiba defender seu coraçãozinho.

Pelo menos uma em cada dez pessoas é homossexual. Um número bem maior tem experiências isoladas, ou é bissexual. Se minha filha quando crescer estiver entre essas pessoas, gostaria que ela soubesse que seu pai vai tentar aceitá-la com naturalidade. Para dar a ela essa certeza, preciso começar já, ensinando-a a aceitar a homossexualidade no mundo. Ao mesmo tempo, vou contribuindo para um mundo sem preconceito, que respeita a diversidade, até muito mais que eu. 

 

O legal de poder educar os filhos é ir quebrando esses ciclos perversos da socialização e da cultura. Não é porque você foi educado e socializado de um jeito que precisa repetir com seu filho. Diz a Bíblia que, quando os hebreus fugiram do Egito para fundar Israel, toda uma geração teve que morrer antes que a jornada se completasse. Acho que tem mudanças na sociedade que são assim, se não formos totalmente capazes de mudar nossos próprios valores ultrapassados, podemos deixá-los morrer conosco, e deixar nossos filhos construírem um mundo melhor.