Compartilhar o mundo dela... e isso inclui a Barbie!

Como pais que procuram ser originais e “alternativos”, sempre tivemos o cuidado de evitar os produtos massificados, sejam brinquedos, comida, ou música. Isso deu certo em muita coisa. Sofia tem um gosto musical compatível com o nosso, gosta de jazz, bossa nova, música clássica... Ela nunca experimentou, nem quis experimentar refrigerantes. Não come balas nem masca chicletes, nem pede por isso. Gosta de brinquedos interessantes e instigantes. Mas um dia... ela apareceu com um livro da Barbie...

Hum... Não nos contivemos... Barbie? Tínhamos uma ideia de que a Barbie era o ícone do consumismo e que traria valores que não gostaríamos de fortalecer. Minha filha ficou muito triste e começou a chorar... Pensei na hora que seria mau não deixá-la viver essa fase e que era melhor eu conhecer melhor a Barbie antes de rejeitá-la. Não rejeitar parte de seu universo antes de conhecer melhor. Foi o que fiz!

Acho que assisti a todos os filmes da Barbie junto com a minha filha. Li uns dois ou três livros da Barbie para ela. Já fui comprar Barbie com ela. Brinquei de Barbie com ela. Descobri que a Barbie é bem melhor que eu esperava: os valores que propaga nos filmes são melhores que a maior parte dos demais desenhos para crianças, a maior parte dos filmes tem boa trilha sonora (apesar do roteiro meloso), e as bonecas são de melhor qualidade que as concorrentes pelo mesmo preço. Sofia tem várias Barbies, a maior parte ganhou de presente de amigos e dos avós, um exagero, mas a fase Barbie dela está passando. No último Natal, me pediu um quadro branco com canetinhas. Ou seja, continua com seus valores, criativa e não consumista.


Assim, antes de julgar minha filha, aprendi a compartilhar seu mundo.