Embora enfatize o carinho, o acolhimento e, até, a proteção, não crio minha filha para a fragilidade. Junto com isso, estou dando as ferramentas (de diálogo, de negociação, de liderança) para minha filha lidar com o mundo e, espero, mudar o mundo. Estou também estabelecendo modelos, e espero ser um bom modelo (de pessoa, para guiar seu comportamento, e de homem, para guiar suas escolhas de amigos, namorados, maridos, se for o caso).
Ao mesmo tempo, tenho que aceitar (e como dói isso!) que não tenho controle de tudo, que não sou proprietário dos destinos de minha filha, e que o meu docinho muda todo dia em direções não previstas, e que, na maior parte de nossas vidas juntos, ela não será mais o meu docinho, será adulta, terá suas próprias experiências, poderá experimentar drogas, transar com homens brutos, ser maltratada pelo chefe, etc., e eu não poderei fazer nada quanto a isso. O padecer da paternidade é ver que, ao viver, minha filha morre um pouco todo dia, e um pouco de uma outra filha nasce nela. Morro de saudades de meu bebezinho que não é mais, mas ao mesmo tempo me maravilho com essa pessoa linda que vai crescendo. Contribuo de forma importante, mas cada vez menos seremos eu e minha esposa os únicos contribuidores para quem Sofia é ou vai se tornar. Muito nasceu com ela. Mais ainda ela aprende no mundo, é mérito dela, não meu.
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