segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Empatia, um rasguinho na calça e sobre a opinião dos outros

Sexta-feira, Sofia (7 anos) chegou triste da escola. A vizinha, que dá carona, não sabia o que era. 
Quando recebi minha filha e fechei a porta, ela desabou em lágrimas. Disse que a sua calça estava furada e que ficou todo mundo falando disso. "Passei vergonha, pai!" 

E o pior é que ela tinha me avisado sobre um rasguinho na calça, mas havia outro, maior. Abracei minha pequena e deixei ela chorar um pouco no meu colo, enquanto dizia: "desculpe, filha, eu sei que é muito ruim isso. Você mostrou o rasguinho e eu esqueci". 

Ela chorou mais um pouco. Coloquei-a no sofá, busquei um lanchinho, deixei ela tomando o leite enquanto busquei um kit de costura. Ainda bem que aprendi a costurar com a minha vó, que só teve netos, e passou suas habilidades para nós. Costurei enquanto contava como eu mesmo tinha passado por isso umas duas vezes, que também senti vergonha. Lembrei que na semana passada estava numa visita a um cliente importante quando notei que minha calça estava rasgada. 

Aproveitei e fui buscar, mostrei para a minha filha, e comecei a costurar a minha calça também. Vi que ela estava calma. Era hora de falar do mais importante: 

_ Filha, não importa o que as pessoas dizem, se sua calça está rasgada ou não, você não tinha culpa sobre isso, você é a pessoa mais legal que eu conheço, o que importa se sua calça está com um rasguinho? O importante é que você é boa com as pessoas e nunca ficaria reparando ou falando das calças delas. Se a gente se importa muito com o que os outros dizem, fica muito difícil ser feliz.

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