segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ensiná-la a fazer escolhas e decidir


Tem pais que acham que crianças não devem decidir. Até crescerem, as decisões são feitas pelos pais. Eu aprendi com Sofia que as crianças podem – e devem – aprender a escolher, e que podem escolher bem, de forma equilibrada, o que é melhor para elas. Para isso, os pais precisam ajudar, e não reprimir, as crianças a fazerem suas escolhas. Um jeito de fazer isso é formatar as escolhas, estruturando opções possíveis, saudáveis e compatíveis com as obrigações e preferências da família. Eu pergunto o que minha filha Sofia quer comer e ela me pergunta sobre as opções de comida – sugiro as opções disponíveis, definindo combinações nutricionais que considero importantes, e ela escolhe. Eu pergunto sobre o que ela quer fazer, e ela me pergunta sobre as opções de atividades – sugiro duas ou três atividades apropriadas para o momento e ela escolhe o que prefere. O que quer vestir, e me pergunta as opções de roupas. Escolho dois ou três vestidos apropriados para a ocasião – mas às vezes ela escolhe outro. Já estamos acostumados com isso. 

Uma criança que escolhe o que quer não fica menos responsável que outra que não escolhe. Ela tem que ser mais responsável. O que acontece com ela varia de acordo com suas escolhas. Assim, ela tem que aprender a fazer a melhor escolha.


Às vezes, minha filha não sabe o que escolher. “Não sei escolher!” “Não sei o que eu quero”. Quando isso acontece, ofereço ajuda, seja com perguntas que ajudam-na a elucidar o que ela gostaria, seja com uma sugestão. “Posso dar uma sugestão?”, pergunto. “Pode”, diz ela. Então dou minha sugestão. Nem sempre ela acata. Tem vezes que prefere uma outra idéia, mas a sugestão ajuda de toda forma. 

As crianças devem poder escolher tudo? Você ou eu decidimos tudo? Não. Decidimos com base nos limites de cada situação, nos nossos valores, e nas nossas preferências. Não crio limites de decisão que não existem. Assim, ela lida com os limites que o mundo lhe dá, mediados e explicados por mim e pela mãe. Às vezes, os limites do mundo são os meus limites. Às vezes não. O importante é estruturar as escolhas (e ensiná-la a fazer isso também) de modo que as decisões disponíveis são apropriadas para a capacidade de cada uma.  

Acredito que educar envolve ensinar a fazer boas escolhas e boas decisões.

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